7.3.11

Isto és tu.

Aflição. uma linha desgovernada que corre corre luz e entorta-me os olhos e nunca tem fim. um risco de faca do pescoço até à sobrancelha, do peito ao antebraço, cortado no meu corpo branco, acabado de lavar. um rabisco de giz e de arame na parede do meu coração espapaçado, com a forma de palavras de vagabundagem e de amor. asneirase loas. ouve: um erro gravado no osso. um ponto de oiro no meio da escuridão, onde os meus olhos estão presos. há muitos anos. azuis, agradecidos teus. tu és o caminho por onde sigo mesmo sem saber; o segredo que me esconderam no sangue quando nasci; o lugar onde descanso; o lençol que se enrola à minha volta e me leva, quando preciso de dormir. sinto-te no desenho de uma rosa e de uma faca que os anjos passam as noites a retraçar. fazes-me rir. fazes-me chorar. fazes-me viver. tu és isto. eu só sei isto. és tu o meu amor. por ti tudo serei. para ti tudo hei-de conseguir. não é por amor. é só porque eu, sem ti, nada sou.

MEC

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